Santa Bárbara d"Oeste está à beira de um colapso. Enquanto o lixo se acumula nas calçadas e moradores convivem com o mau cheiro, ratos e baratas, os coletores de resíduos anunciam: podem parar a qualquer momento. O motivo? Simples e revoltante — não receberam seus salários, nem os vales alimentação e combustível.
Os trabalhadores, empregados da empresa Consórcio Santa Bárbara, denunciam que vivem dias de incerteza, promessas não cumpridas e total descaso. "Nos prometeram o pagamento até quinta-feira (08), mas nada caiu na conta. Estamos cansados de trabalhar sem saber como vamos alimentar nossas famílias", disse um coletor que pediu anonimato por medo de represálias.
A indignação aumenta quando se olha para os números. A empresa responsável pelo serviço tem um contrato renovado em 2024 com a Prefeitura no valor de R$ 14 milhões. Mesmo com essa verba pública milionária, os funcionários estão há dias esperando por seus direitos mais básicos. O questionamento é inevitável: onde está esse dinheiro? Quem está fiscalizando esse contrato?
Enquanto isso, a população paga o preço. Diversos bairros já relatam atrasos e falhas recorrentes na coleta, com lixo espalhado pelas ruas e riscos sérios à saúde pública. "Parece que jogaram a cidade no lixo. A coleta falha, os coletores estão revoltados, e ninguém da Prefeitura aparece para dar uma resposta", relatou uma moradora do Jardim Europa.
Até agora, a Prefeitura de Santa Bárbara d"Oeste não se pronunciou sobre o caos. Nenhuma nota, nenhuma explicação, nenhum plano de emergência. O silêncio é ensurdecedor e revela uma gestão omissa diante de um serviço essencial em colapso.
Se os pagamentos não forem regularizados, a greve será inevitável. E com ela, o lixo continuará se acumulando, escancarando a irresponsabilidade de uma empresa que lucra alto e não paga seus funcionários, e de uma Prefeitura que, diante da crise, cruza os braços.
Santa Bárbara d"Oeste precisa de respostas — e rápido. Porque enquanto os poderosos fazem silêncio, quem paga é o trabalhador. E quem sofre é o povo.
Fonte: Portal Nova Alternativa